sábado, 22 de setembro de 2012

Cervejada em Londrina


Ano de 1982.

Mais um jogo do time fabuloso que tínhamos neste ano.

Jogo contra o Londrina, no Estádio do Café.

Fomos em 2 ônibus lotados de torcedores que sentiam que deste ano não passaria: seríamos campeões, pois o time estava voando em campo.


Chegamos cedo na cidade. Tudo normal... Provocações amigáveis e nada mais que isso.

Chega a hora do jogo e cresce o público. Estádio cheio. Umas 10 mil pessoas, todos querendo ver o time tão falado do CAP.

A polícia militar nos coloca bem no final da ferradura, falo com o chefe do policiamento e descubro que ele e quase todos os soldados eram de Curitiba e, o melhor, em sua maioria atleticanos.

Divisão feita, todos tranqüilos e, de repente, uma ameba mental de nossa torcida joga uma bomba. Estilo "devasta quarteirão" no meio da torcida do londrina.
Gritaria, corre-corre e ninguém sabia quem foi. A coisa se acalmou e o jogo segue... Tudo normal. Xingamentos, laranjadas e tudo que o pessoal de Londrina podia jogar, jogava.

Intervalo de jogo. Quem conhece o estádio do café sabe que o bar é exatamente atrás de onde ficamos. Era apenas um bar para as duas torcidas.

Bem, deu aquela vontade de tomar uma cervejota e lá foi o imbecil (este que vos narra) tomar a bendita cerveja.

Já estava começando o segundo tempo, eu tranqüilo fui tomar minha merecida cerveja.

Não mais que de repente, um 4x4 de Londrina, estilo brucutu, pra lá de bêbado, olha pra mim e diz:
"Eu vi, foi vc seu preto do caralho, que jogou a bomba".

Eu fiquei sem ação, pois não tinha feito isso e nem sabia o que fazer. O "guarda roupa" vem pra cima de mim e eu, já vendo a viola indo pro vinagre, me preparei pra tomar uma baita surra. Eis que...........

Do nada, vejo o gigante desabar com uma senhora garrafada que recebeu do vereador e presidente da Camara Municipal de Curitiba (Moacir Tosin).

Foi minha deixa... Quando dei por mim estava eu, o Moacir  e o seu motorista brigando com mais de sei lá... Uns 10 londrinenses.

Porrada pra um lado, pro outro e, de repente, o chefe do policiamento, com muitos PM´s chegam e botam toda a torcida do Londrina pra correr.

O Moacir me olha e só diz uma coisa (jogo já ia a muito correndo no gramado): "Vamos lá... Vamos tomar nossa cerveja e vamos ver este bendito jogo..."

Voltamos e ficamos cercados de ao menos 20 PM´s, só nós dois, vendo o time do Atlético  ganhar mais uma.

Muitas e muitas cervejas depois, o chefe do poliiamento diz: "Olha lá, eles estão pranejando fazer merda ao final do jogo... Então, peça aos torcedores que saiam por aqui." Já apontando uma baita descida que ele ja tinha priovidenciado para podermos sair pelo vestiario dos visitantes.

Acaba a partida e a torcida do Londrina começa a correr em nossa direção. Todos nós descendo a ladeira rumo a salvação do vestiario e da polícia.

Foi só gente caindo pra um lado e pro outro e corrrendo para salvar a pele.

Bem... Tudo tranquilo, não vi mais o Moacir e fomos embora. Viagem de volta tudo tranquilo. Aí, a famosa parada obrigatoria para reabastecer e descarregar o xixi.

Paramos em um restaurante e pra minha surpresa que estava lá??? O Moacir, numa alegria só!!!

Ele vê a torcida e diz: "Vem moçada a conta é minha......." Meu caro, tomamos um porre homérico,teve gente que comeu tudo do bom e do melhor. E a volta demorou 8 horas a mais que o normal.

Eu e o Moacir Tosin ficamos falando e relembrando horas e horas a briga em Londrina.

Este pequeno, mais verdadeiro, causo é só para recordar um gigante atleticano chamado
Moacir Tosin. Gente, no que há de melhor na palavra: bom de briga e, na época, bom de copo!!!