sábado, 10 de setembro de 2011

A Vozinha do Capeta !!!!








Nós tínhamos Nivaldo, Sotter, Jair Gonçalves e muitos outros bons jogadores. Jogo nervoso e 

difícil e, pra ajudar, o árbitro era o rei do empate em clássicos: Afonso Vitor de Oliveira.

Nessa época, tínhamos muitas torcidas: a Fanáticos, os Guerrilheiros da Baixada, a E.T.A.F. 

(Esquadrão da Torcida Atleticana Feminina), a Torcida Atleticana de Antonina e a NAÇÃO 

Atleticana, a qual eu fazia parte na época. Ocupávamos o gol de entrada do couto e a Nação ficava 
bem na divisa com a torcida dos verdinhos, quase na reta.Como é natural da torcida atleticana... 

Festa divina, muito talco, muitas bandeiras, papel picado e tudo de bom que tínhamos 

na época.O bandeira deste jogo (me recuso a falar o nome) sempre que tinha oportunidade 

prejudicava o Atlético. Não só nesse, mas em outros jogos, sempre tentando de tudo contra o 

Atlético. No primeiro tempo tivemos ao menos 4 chances reais de gol, mas todas eram barradas 

com os alegados impedimentos do ataque. O bandeira errou em ao menos 3 lances fáceis. Sempre 

contra o Atlético. A torcida já tava muito p..... com o sujeito e ele só estragando o jogo.Quando 

veio o segundo tempo e junto o lance que decidiu o clássico. Contra-Ataque coxa, e o bandeira 

levanta a bandeira marcando o claro impedimento dos verdes. A defesa atleticana titubeia 

esperando a marcação, mas ele (o bandeira) abaixa rapidamente a bandeira e manda o lance 

correr. Continua a jogada e gol de Lela.A torcida explode de raiva. Os jogadores espumam de 

raiva. Todos do nosso lado inconformados com o lance. Estoura uma violenta briga entre 

torcedores do Atlético e do Coritiba na divisa de baixo das torcidas. Do lugar onde eu estava, vi 

que tinha muitas crianças na confusão. Não pensei duas vezes: fui lá em baixo para ver se 

conseguia parar com a briga. Quando desci, desceu ao menos mais 20 membros da torcida junto. 

Quando chegamos lá, a confusão já tinha praticamente sido controlada pela policia militar e o jogo 

continuava.Foi quando ouvi a tal VOZINHA DO CAPETA!Alguém falou no meu ouvido: "Entra lá 

e bate no bandeira MARCÃO!!!"Quando olhei, a torcida de baixo já tinha feito um baita buraco no 

alambrado. Fiquei cego na hora. Quando vi,  já estava dentro do gramado correndo e  agredindo o 

bandeira.A torcida atleticana neste momento explode. Começam a gritar meu nome "Marcão, 

Marcão, Marcão". Senti o que muitos jogadores sentem quando tem seu nome gritado pela torcida 

e posso dizer a vocês que é embriagante. Você se sente o máximo, indestrutível, invencível.E a 

tal vozinha me fala, mais uma vez, bem baixinho: "Pô, você já tá aí. Então vai lá e bate também no 

juiz e acaba com a partida."E eu, feito um imbecil, fui. Só tinha me esquecido que estava com um 

daqueles tênis chinesinho (quem teve ou usou um sabe que pra escorregar não tem coisa melhor). 

Corri, corri, corri e, quando fui tentar frear minha corrida, fui escorregando em direção ao Afonso 

Vitor..... Ele me escorou, eu caí e veio a besteira da PM. Em vez de rapidamente me imobilizarem e 

me retirar do estádio, vem um capitão da PM e diz bem alto: "Quebra o braço dele, quebra o braço 

dele".O Nivaldo, que estava perto, vai pra cima do PM que me segurava e, do nada, o Rafael entra 

no meio batendo em tudo e em todos. A PM me leva em direção ao vestiário do Atlético. O Nivaldo s

só fala para eu cair e depois sai correndo pro nosso vestiário. Mais do que ligeiro, caí. E assim que 

o PM me soltou, saí correndo para o vestiário.Nesse caminho, descendo a escada, dou de cara com 

o tal Capitão. Não pensei duas vezes: meti os dois pés nele e continuei minha corrida pro 

vestiário.Entrei no vestiário e o tal feiticeiro tenta me tirar pra fora. Nunca me esqueci... O Nivaldo 

peitou ele e não deixou que o feiticeiro me tirasse do vestiário.Do lado de fora a coisa não parou. A 

PM tentando entrar no vestiário e os jogadores não deixando.Depois de muito tempo, o Sr. José 

Carlos Ciccarrino (uma das grandes pessoas que conheci em minha vida e com  quem, infelizmente, 

errei feio), presidente da Nação na época,disse vem.Nos preparamos para tentar sair. Chego na 

porta e tem um senhor baixinho, bem trajado, me esperando também. O corredor estava cheio 

de PMs doidos para pôr as mãos em mim.Do nada, aparece o tal Capitão e empurra o senhor 

baixinho (nunca soube seu nome). Olha para mim e diz: "Você está preso!" O senhor baixinho pede 

calma e tenta argumentar com o capitão. O capitão, pra lá de brabo, grita:"SAI DA FRENTE 

BAIXINHOO senhor, que até aquele momento pedia calma e falava baixo, solta um 

grito:"BAIXINHO É A SUA MORAL. PARA VOCÊ SOU VOSSA EXCELÊNCIA (e mostrando a 

carteira).SOU DESEMBARGADOR DO ESTADO E SE ALGUÉM TOCAR NO MARCÃO VOCÊ 

VAI CUIDAR DO SEMÁFORO DE QUITANDINHA..........."O silêncio que se seguiu foi enorme.

senhor me pegou pelo braço e fomos passando no meio dos PMs. Estes babavam de ódio, mas não 

encostaram um dedo em mim.Quero dizer que realmente, não só da boca pra fora, me arrependi de 

tudo que fiz neste dia, pois muitas pessoas poderiam ter até morrido e se ferido seriamente em uma 

atitude IMBECIL que tive.A única coisa boa, por assim dizer, foi que eles, os verdinhos, ganharam 

mas não puderam comemorar saíram calados do alto da gloriae hoje em dia tenho uma boa 

amizade com o Afonso Vitor que, apesar de ter errado muito contra nosso atlético, é gente boa.

Um comentário:

  1. Sempre excelentes causos. Essa entrou para a história dos clássicos, e já passou repetidas vezes na RPC. Abraços Marcão.

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